segunda-feira, 19 de abril de 2010

Conto com a presença de todos na

Exposição Fotográfica

Miriam Soares

GENTE - OLHARES EMOCIONAIS SOBRE RETRATOS VIAJANTES

De 17 de abril a 08 de maio

Gusta Café e Bar

Endereço: Rua Desembargador do Vale, 1090 – Pompéia – São Paulo

Vernissage: 26 de abril as 19 horas.

Apoio Cultural:

Gusta Café e Bar

Preface Design

Links: 

Mapa do local

Versão Virtual da Exposição




domingo, 29 de novembro de 2009

Gritando na Janela

Foto retirada da internet: http://colunistas.ig.com.br/paulocleto/files/2008/08/torcedor.jpg

Domingo, como manda a tradição, é dia de futebol. Interrompe-se o tradicionalíssimo Faustão para que os torcedores tenham o seu momento de deleite. Não me entendam mal. O Faustão está bem longe de ser um programa que valha a pena ser assistido.
Moro não muito longe do estádio do Palmeiras e, por conseqüência, o bairro está cheio de Palmeirenses. Estes, em dia de jogo, invadem os shoppings, botecos, ruas e tudo que se localiza ao redor do estádio deixando as ruas intransitáveis.
Como se isso não bastasse, ainda tem os torcedores que não foram ao jogo. Agora, o que eu me pergunto é: Por que as pessoas que preferiram ver a partida em casa saem na janela do prédio para gritar pra todo mundo que foi gol do Palmeiras??
Se eu quisesse saber o andamento do jogo, ligaria a TV. Mas aos domingos no fim da tarde prefiro ler um livro tranqüilamente e sempre tomo um susto quando todos os vizinhos do prédio saem na janela pra gritar o insistente GOOOOOOOOOOOOOOLLLLL (no instante em que escrevo esta palavra um vizinho acaba de gritar e me dar um susto!)
Caros amigos torcedores do meu Brasil, façam-me um favor: Gritem em silêncio. Não há a menor necessidade de me informar sobre o resultado do jogo. A televisão o faz em abundância e repetitivamente.
Logo depois de escrever esse post, encontrei um outro blog falando de algo bastante parecido http://casadocomfe.blogspot.com/2009/08/comportamento-machowsky.html

Então ta então. Tá dado o recado. Até o próximo post, já em clima natalino de Grinch.

sábado, 19 de setembro de 2009

Coisas de mulher - Parte 1: Auto maquiagem


A foto acima foi retirada do link http://blog.estadao.com.br/blog/media/maquiagem02_02.JPG, so pra se ter uma ideia de precos de apenas um dos mil produtos para maquiagem

Cabeleireiro é coisa de mulherzinha. Definitivamente. Acho perfeitamente compreensível porque homens não são bem vindos em estes antros femininos. E também porque eles não entedem a razão de passarmos tantas horas em lugares como este.

Na verdade, eu também não entendo. Outro dia fiz um curso de automaquiagem. Pincéis, sombras, blushes, pozinhos das mais diversas cores e com os mais diferentes usos. O Kit básico,para vários usos cobrindo uma área de não muito mais que um palmo quadrado, que é a face humana, custa a partir de R$300,00.

A professora mostrava como preparar a pele para uma maquiagem. Três etapas: parece propaganda do Clean & Clear: 1,2,3 e pronto. Falava das maravilhas que os cosméticos
podem fazem por uma boa maquiagem. Parecia tão mágico e simples. E eu me olhava e achava que a minha pele continuava igualzinha.

Ela ensinava a passar o lápis, como deixar os cílios mais volumosos e longos. E eu não via a menor diferença entre os cílios com rímel ou sem rímel. E ela ensinava sobre sombras, blushes e outros pozinhos. Daí vinha o delineador de boca, batom. Termina a aula e eu me olho no espelho. A professora me mostrava o quão ótima estava a maquiagem que eu tinha feito. Eu me olhava e me via maquiada.

Realmente. Muito maquiada. Achava que eu parecia com algo não muito diferente de palhaça.

Volto pra casa revoltada. Teoricamente, aquela maquiagem é a correta, está na moda e todo mundo gosta. Só eu que não. Minha mãe me viu, achou lindo e deu pulos de alegria que a filhinha dela finalmente vai ter uma aparência mais... ela usou a palavra urbana. Eu acho que ela quis dizer civilizada.

Corri pro banheiro. Quem sabe um espelho diferente vai me dar uma imagem diferente? Talvez a luz, qualquer coisa. Eu tinha que gostar daquilo. Afinal, toda mulher tem que gostar e saber se maquiar bem.

Não. Definitivamente continuava me achando com cara de palhaça. Lavei o rosto antes que mais alguém me visse pensasse o mesmo que eu. Então ta então, essas coisas de mulher não são para mim mesmo. Serei a única pessoa do sexo feminino com aversão à maquiagem? Até o próximo post. Depois tem mais.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É dia de feira



Quarta é dia de feira no meu bairro. As 4 da manha começam a montar as barracas. A 1 da tarde jã estão desmontando. São frutas, verduras, legumes, tempeiros, bugigangas.


Sempre se encontram umas figuras incríveis na feira. Tem consertador de panelas de pressão, os vendedores gordos, peludos e suados gritando, o molequinho vendedor de limao, alho e maracuja perambulando o local de ponta a ponta, o outro rapazinho que gentilmente se oferece para carregar as sacolas das velhinhas donas de casa a troco de algumas moedas.


As senhoras cocotas, com bobs na cabeca e um pano colorido para cobrir-los. Essas sim sabem fazer bem uma feira. Costumeiramente moram no bairro ha muitos anos, conhecem todos os vendedores, sabem pechinchar e conseguir o produto mais adequado pra aquele prato especial que vao preparar.


Tem tambem os chineses do pastel... Com aventalzinho e boné branco a familia inteira se reúne para preparar a maior tradição da feira paulistana. Queijo, carne, pizza, palmito, especial, brigadeiro e outros sabores cada vez mas inusitados. Hmmmm, o pastel!!! Mas sempre muito bem acompanhado ao caldo de cana com muito limão. É um excelente exemplo de negócios complementares. Um não existe sem o outro.


Outra tradição da feira é a sacola. Tem que ser dessas listradinhas, coloridas, com alças plásticas. Há quem opte pelo carrinho. De metal prateado, todo engradado. Vai chegando o fim das compras e qualquer coisa que você tenha escolhido para carregar as suas coisas, sempre volta absolutamente lotado de sacolinhas plásticas pesadíssimas.

E o fim da feira chega. Aquela gritaria: Abobrinha é um real, maçã gala, maçã fuji, tudo de qualidade! Vai uma alfacinha hoje madame? E a clássica: Moça bonita nao paga, mas também nao leva! E começa o furdúncio. Desmonta a barraca, coloca no caminhão, a rua cheia de restos de todo tipo de verdura e fruta, o caminhão da prefeitura jogando água, os garis varrendo. Mas não tem jeito: o cheiro de peixe não sai até o dia seguinte.

Acredito que a feira é a experiência mais paulistana que alguém pode ter. Lá estão da madame ao mendigo, do caos e da sujeira às cores, cheiros e sabores, do silencio da madrugada aos gritos do meio-dia.

Então tá então. Nos vemos no próximo post pra fazer umas comprinhas e tomar um caldo de cana com bastante limão e um pastel de palmito. Até lá!

sábado, 25 de julho de 2009

Ai?? chuveirao? Rio e São Paulo são, realmente, países muito diferentes.

Foto classica do Rio de Janeiro - by Hormiguita Viajera

Texto retirado de http://blog.estadao.com.br/blog/antonioprata/?title=ai_chuveirao&more=1&c=1&tb=1&pb=1

Trata-se de uma cultura realmente diferente, pensei, assim que meus amigos cariocas propuseram sair da praia, colocar camisetas entre a pele e as camadas de sal e areia que nos cobriam e ir a um restaurante. Olhei em volta, já pensando nos comentários que viriam se o paulista aqui mencionasse o desejo de passar em casa pra tomar um – que isso, mané?! - banho. Para minha sorte avistei ali perto um chuveiro, saindo do meio da praia. Seria de alguém? Haveria um “tiozinho” do chuveiro? Ou pertenceria ao hotel do outro lado da rua?

Pensei em me meter ali embaixo sem pedir permissão a ninguém, mas como dizem que em Roma devemos fazer como os romanos e não vi nenhum romano tomando banho, fiquei com medo de retaliações por parte uma possível autoridade chuveiral.

Ali perto, três cidadãos de sunga contemplavam o horizonte. Seriam os, digamos, encarregados? Cheguei perto. “Por favor” - eu disse -, “eu vi aquele chuveiro ali” - ué, os caras estão me olhando de um jeito estranho - “pensei em tomar uma ducha” - será que estou falando alguma besteira? - “vocês sabem se tem que pagar alguma coisa?”. Os três ficaram me olhando uns cinco segundos, calados, como se eu tivesse dito algo tão absurdo quanto “passa a mostarda” ou “onde pego o formulário verde?”. Transposto o vale de si-lêncio, um dos sujeitos fez um leve movimento com o queixo, apontando duas outras criaturas de sunga. Repeti, receoso, o mesmo discurso cartesiano. Novamente, espanto do outro lado da linha. Um olhou pro outro como se tivesse visto um ET. Olhou-me de cima abaixo e resolveu falar, pra delírio do comparsa, que explodiu numa gargalhada: “tu dá um sorriso e tá pago, brother”.

Me vi tão paulista naquele momento que acreditei por alguns instantes estar de terno e gravata na areia. Me senti deslocado como um Ruy Barbosa chupando picolé, um Aureliano Chaves dançando axé. Eu devia ter chegado e dito: “aí, irmão, o chuveiro?”. Ou: “ami-zade, a ducha aí, valeu?”, ou, quem sabe alinda, simplesmente “aí: chuveirão?!”.
Já no restaurante (limpo!), comecei a pensar o que seria do mundo se Descartes tivesse nascido em Madureira. Ou se Kant morasse no Canta Galo. Não fui muito longe em minhas meditações metafísicas, pois o garçom apareceu e me cortou com seu inquestionável axioma: “empada!”. Demorou!

Rio e São Paulo são, realmente, países muito diferentes.

Entao ta entao, ne! Vai entender?! Tao perto e tao diferentes... Ate o proximo post!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bricheros e Bricheras

Foto tirada do sitehttp://brichero.blogia.com/upload/20061204230020-groa.jpg

Segundo a giria peruana: Uma brichera é uma garota com cara de latina, assidua frequentadora de baladas da moda em locais de interesse turistico, que saiba dancar salsa, merengue, cumbia, wayno e reggaeton e conheca todas as artimanhas para seduziros gringos "inocentes". Como hoje em dia ja ha igualdade entre os sexos, vale dizer que os homens tambem fazem a mesma coisa, do mesmo jeitinho, sem por nem tirar. Para mantermos este senso de justica entre ambos os sexos, utilizarei @ para substituir algumas letras A e O.

Ha tres tipos de bricher@s (Pronuncia-se britcher@) O primeiro sao @s que estão em busca de ficar com estrangeir@s (vulgos gring@s) na esperança de namoro ou casamento, ou mesmo so pra dar umazinha e talvez engravidar, para tentar sair do seu país com alguem que lhe sustente. O segundo tipo, @s que procuram de gring@s para fazer sexo em troca de beber de graca ou de presentinhos.
O terceiro e o tipo mais perigoso. Sao ladr@s de verdade que xavecam @s gring@s, embebedam e dao o boa-noite-cinderela, um pozinho magico que misturado a bebida alcoolica faz com que a pessoa fique completamente dopada e nao perceba o que estao fazendo, tornando-se assim alvo facil para roubos.

A tecnica de seducao de um@ b@m bricher@ e bastante simples. Uma roupitcha bacana, bem grudadinha no corpo, para as meninas uma boa maquiagem e salto alto, para os meninos uma camisa apertada, gelzinho no cabelo e calca jeans.

@s gring@s nao tem a menor nocao de ritmo, em sua massiva maioria sao um zero a esquerda nas pistas de danca, mas sao eximi@s bebedores de cerveja, tequila, absinto, pisco ou qualquer outra coisa liquida e alcoolica que aparecer na frente.

Entao basta com que @ bricher@ se aproxime d@ gring@ escolhid@ e use os seus dotes inatos de danca, que ja sao parte da nossa cultura latina desde sempre, que @ dit@ cuj@ vai comecar a beber mais pra tomar coragem de ir dancar com @ bricher@. Depois disso, e so seguir o dito botequeiro: - Nao ha pessoas feias nem bonitas: e voce que bebeu pouco. E pa-pum. @ gring@ ta na mao. Mas nao importa em que lado voce esta, se e gring@ ou bricher@, de manha, na hora que voce acordar com @ fulan@ do seu lado, voce vai se surpreender.

Alem de saber dancar, tod@ bricher@ deve saber tambem falar no minimo ingles fluente. Ha algum@s que alem do ingles, se especializam em determinadas nacionalidades e aprendem os respectivos idiomas: frances, italiano, alemao e ate hebraico.

E claro que @s gring@s nao sao inocentes e tambem tiram proveito pra ter um@ latin lover por uma noite. Imagino que no pais del@s a coisa deve estar bem feia para ficarem tao desesperad@s quando vem um@ latin@ dancando.

Para ilustrar bem a situacao, deixo aqui o link do video e a letra de um musica do Kevin Johansen. Entao ta entao? Nos vemos no Mithology, em Cusco, o templo-mor da bricheragem, ou melhor ainda: no proximo post. Inte

Cliche Latino, cliche gringo
by Kevin Johanssen - http://www.youtube.com/watch?v=vaUfSkmawbI

Che, gringo, no entendés nada
Pero te gusta, te gusta la pachanga
Pinche gringo, no entiendes nada
Pero te gusta, te gusta la pachanga

Y mueve bien la cintura
Porque sabe que al gringo eso le gusta...

Ladino, Cliché Latino, ladrón de gallinas recibido
Eh, Ladino! Cliché Latino, ladrón de gallinas recibido
Y mueve bien la cintura
Porque sabe que al gringo eso le gusta
Y mueve bien la cadera
Porque sabe que al gringo eso lo altera...

Nosotros también queremos bailar
Pero no al pie de tu son
También queremos gozar
Y no al pie de tu cañón...

Cliché Gringo, Cliché Latino!

Si me pongo la fruta en la cabeza
Seguro que lloverá cerveza
Si me pongo el sombrero de torero
Seguro que lloverá dinero
Si me pongo algo encima
Seguro que algo lloverá
Si me pongo alguito encima
Seguro que alguien bailará

Estereotipo, estereotipo, estereo,
Tipo estereotipo...(x 2)

Nosotros también queremos bailar
Y no al pie de tu son
También queremos gozar
Y no al pie de tu cañón
También queremo´encajar
Y no en tu formato...

Hey now, enajenao!
Hey now, enajenao!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

So pra sacanear


Garoto no mercado de Mala, Peru. Se todos pensassem de outro modo, talvez o futuro dele e o nosso fosse diferente.
foto by Hormiguita Viajera, texo by Ana Carolina

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
- Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.
E eu vou dizer:
- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.
E eu direi:
- Não admito! Minha esperança é imortal!
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.